domingo, 7 de julho de 2013

Surrealismo

A palavra Surrealismo foi criada pelo poeta Guillaume Apollinaire em 1917, para identificar novas formas de expressão artística. Foi adotada por André Breton para o movimento, por significar a idéia da existência de algo além da realidade percebida.
No Manifesto do Surrealismo, Breton define o surrealismo como:

”SURREALISMO, s.m. Automatismo psíquico em estado puro mediante o qual se propõe exprimir, seja verbalmente, por escrito ou por qualquer outro meio, o funcionamento do pensamento. Ditado do pensamento, suspenso o controle exercido pela razão, alheio a qualquer preocupação estética ou moral. ENCICLOPÉDIA, Filosofia. O Surrealismo baseia-se na crença na realidade superior de certas formas de associação até aqui negligenciadas, na onipotência do sonho, no jogo desinteressado do pensamento. Ele tende a arruinar definitivamente todos os outros mecanismos psíquicos, e a substituí-los na resolução dos principais problemas da existência. Fizeram ato de SURREALISMO ABSOLUTO os Senhores Aragon, Baron, Boiffard, Breton, Carrive, Crevel, Delteil, Desnos, Eluard, Gerard, Limbour, Malkine, Morise, Naville, Noll, Péret, Picon, Soupault, Vitrac. [...] As NOITES de Young são surrealistas do começo ao fim; infelizmente é um padre que fala, um mau padre, sem dúvida, mas um padre. Swift é surrealista na maldade. Sade é surrealista no sadismo. Chateaubriand é surrealista no exotismo. Constant é surrealista em política. Hugo é surrealista quando não é tolo. Desbordes-Valmore é surrealista no amor. Bertrand é surrealista no passado. Rabbe é surrealista na morte. Poe é surrealista na aventura. Baudelaire é surrealista na moral. Rimbaud é surrealista em seu modo de vida e em outras coisas. Mallarmé é surrealista na confidência. Jarry é surrealista no absinto. Nouveau é surrealista no beijo. Saint-Pol-Roux é surrealista no símbolo. Fargue é surrealista na atmosfera. Vaché é surrealista em mim. Reverdy é surrealista em casa. Saint-John Perse é surrealista à distância. Roussel é surrealista na anedota. Etc.”

BRETON, André. Manifestos do Surrealismo / André Breton ; tradução Sergio Pachá. – Rio de Janeiro: Nau Editora, 2001. p.40

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